quinta-feira, 28 de maio de 2009

Influenciar para ser influenciado

Hoje em dia, com os avanços da comunicação e o surgimento de novos meios e ferramentas para nos comunicarmos com o mundo (seja ele real ou virtual), nota-se um fenômeno cada vez mais freqüente: a necessidade das pessoas e empresas serem reconhecidas como influenciadoras de opinião. Mas até quando é relevante valer-se desse “título”? E, mais, quando vale a pena exercer influência sobre determinada pessoa/público?

Todos sabem que a propaganda é grande manipuladora, exerce papel determinante enquanto influenciador no consumo das pessoas. Você nem está com fome mas basta uma propaganda “apetitosa” para assaltar a geladeira. E que decepção quando não temos o tal produto anunciado na nossa despensa. Mas ok, problema resolvido: ele será item certo no seu carrinho de supermercado. E as tentadoras promoções que assolam as vitrines dos shoppings centers? Você nem precisa de DUAS botas mas a vendedora alardeia tanto que na compra de uma você ganha desconto na segunda... É, não custa (quase) nada levar uma preta e marrom.

Até aí, nada surpreendente, principalmente se lembrarmos que vivemos em um país onde – dizem – uma emissora de TV elegeu o presidente da República (ou seja, foi capaz de – enquanto veículo de comunicação de massa – manipular centenas de milhares de eleitores). Mas e na nossa vida? Será que influenciamos pessoas ou somos mais influenciados do que influenciadores?

Para responder essa questão, a única forma é olharmos para nós mesmos e repararmos como agimos em determinadas situações. Aquele olhar de cachorro que caiu da mudança só para convencer o namorado a ir no aniversário de 90 anos da sua bisavó vale, viu? E quando aceitamos uma condição imposta por um amigo (nem que seja aquele seu amigo-irmão que te liga pedindo que o acompanhe a um bar de sertanejo – você odeia sertanejo – mas que faz questão de lembrá-lo que quando você precisou de carona para voltar da praia ele se ofereceu)?

No trabalho, basta alguém comentar que fulano “queimou” beltrano com o diretor que você, mesmo sem ser afetado por isso, passa a repudiar tal pessoa e pensa duas vezes antes de comentar ou se queixar em relação a alguém da empresa. Para sair mais cedo na véspera de feriado, você jura que já terminou seu trabalho e que as pendências poderão ser resolvidas na volta, sem problemas. Nesse caso, jurar só não basta. Então, você dá “um jeitinho” de prorrogar alguns prazos (já que lhe convém).

Uma coisa é certa: nas situações cotidianas mais simples e corriqueiras, estamos influenciando e sendo influenciados por pessoas. O tempo todo! Basta termos discernimento e sabermos usar nosso “radar” para as boas e as más influências. Afinal, comprar uma bota verde-limão que não combina com nada, experimentar um queijo com sabor de lagosta mediterrânea ou perder o prazo de uma matéria que seria a capa da Exame não precisam (e nem podem) acontecer! Mas a gente nem sempre se atenta ao teor da influência. Think about!

Nenhum comentário:

Postar um comentário