terça-feira, 2 de junho de 2009

O primeiro dia do resto de nossas vidas


Não posso fugir do assunto mais comentado do momento: a tragédia da queda do avião da Air France que – não sei como e se isso é possível – sumiu no espaço aéreo brasileiro. Não quero ser mórbida e falar de morte e tristeza. Ao contrário. Quero falar da vida.

Será que precisa acontecer uma tragédia dessa dimensão para eu notar as pessoas mais reflexivas e sensíveis em relação ao conceito carpe diem? Tenho escutado muito esse comentário, nas rodas de amigos, colegas de trabalho, e até em conversas alheias às quais eu, mui mal educadamente, insisto em escutar. A maioria diz: “por isso é importante aproveitar a vida, a gente embarca num avião e não sabe se sai vivo”. Mas alguém aí pensou que isso é ser óbvio demais? A gente não tem que aproveitar a vida só por que ela é curta, porque corremos o risco de sermos atropelados por um motoboy no cruzamento da esquina de nossa casa ou porque um piano pode cair da janela do 14º andar do prédio e atingir em cheio a nossa cabeça, NÃO.

A gente tem que viver intensamente não como se fosse o último dia de nossas vidas, mas como se fosse o primeiro deles. Ao ver seus pais logo pela manhã, cumprimente-os com beijos e abraços como se nunca tivesse feito isso antes. Ao encontrar sua melhor amiga, diga a ela o quanto é especial na sua vida. Não tenha vergonha de falar em alto e bom som EU TE AMO para o seu namorado e para quem mais quiser dizer! Lembre-se: esse é apenas o primeiro dia da sua vida e é importante plantar amor e sinceridade para colher frutos maravilhosos ao final da jornada.

Se todo mundo pensasse assim, ninguém estaria com esse papo deprê sobre a tragédia aérea. A gente saberia que, mesmo morrendo de forma trágica, todos colheram frutos recompensadores no final. Mesmo o casal que viajava em lua-de-mel.

Um comentário: